Raiva: Animais devem ser vacinados até setembro

A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, em parceria com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), e o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (ICasa),  promoveu uma reunião para esclarecimentos a respeito da vacinação antirrábica obrigatória em animais de Rio Fortuna. O encontro aconteceu na noite de quinta-feira, 27 de junho, no Centro de Pastoral São Marcos, e foi ministrado pelos técnicos Eliéser Gobbe e Silvia Razera.   

A principal preocupação é com o risco econômico (morte de animais), saúde pública (contágio de pessoas), bem como o prazo para vacinar os animais, que termina em 19 de setembro.  A vacina se tornou obrigatória devido a um foco de raiva detectado em uma propriedade em Alto Rio Fortuna, além da confirmação de casos em municípios vizinhos.  “A vacinação é recomendada a todos os mamíferos da propriedade, sendo que os bovídeos e os eqüídeos (vacas, búfalos, cavalos, mulas e asnos) é de caráter obrigatório.   O ideal é ter um veterinário de confiança e formar um calendário de vacinas adequado para seus animais de produção e de estimação. Somente com a vacinação dos animais estaremos protegidos da doença”, destaca  o veterinário da Cidasc,  Eliéser Gobbe.   

Para comprovar a vacinação, o proprietário dos animais deve apresentar no escritório municipal da Cidasc a nota fiscal de aquisição de vacina, a qual deve constar o número de partida, validade e o laboratório produtor.  “A doença é de extremo risco para saúde pública, e devemos ter consciência não só dos riscos financeiros para propriedade, no caso de perda do animal, mas também dos riscos à saúde humana. Os valores das doses são muito baixos se comparado à dimensão da gravidade da doença, mas ainda se percebe que muitas pessoas não estão conscientes da dimensão do risco”, completa o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Evaldo Borghezan Zanelato.      

A raiva é transmissível e atinge todos os mamíferos como cães, gatos, bois, porcos, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução.  A raiva não tem cura estabelecida (há apenas dois casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.  

Os técnicos também alertam para os três ciclos de transmissão: urbano: representado principalmente por cães e gatos; rural: representado por animais de produção, como bovinos, eqüinos, suínos, caprinos; silvestre: representado por raposas, guaxinins, macacos e, principalmente, morcegos.  “O produtor que possuir animais sendo atacados por morcegos hematógafos pode notificar a ocorrência no escritório da Cidasc ou do Icasa, bem como informar a existência de abrigos de morcegos”, alerta Silvia Razera.

Para completar as medidas de prevenção, nas propriedades foco são realizadas Vigilância passiva com visitas a cada 15 dias; nas propriedades perifoco são realizadas Vigilância ativa a fim de orientar a vacinação e buscar novos casos, além de ações de educação sanitária.