Histórico

A colonização das terras que hoje pertencem a Rio Fortuna iniciou por volta do ano de 1872, com filhos de imigrantes vindos, em grande maioria, de São Bonifácio. Em menor quantia, vieram descendentes de alemães de Anitápolis, Teresópolis, Tubarão e São Pedro do Sul (atual Armazém). Ao chegarem nas terras de Rio Fortuna, os pioneiros da colonização se depararam com outros habitantes: os índios. Pertencentes a tribo Xöklen, foram os primeiros moradores do município.

Os pioneiros colonizadores se estabeleceram nas regiões que hoje pertencem ao perímetro urbano de Rio Fortuna, mais especificamente no local conhecido como Encruzo (Rua Padre Auling com Augusto Ricken). O desbravamento do interior ocorreu apenas mais tarde. Uma das primeiras comunidades a receber novos moradores foi São Maurício (na divisa com Braço do Norte) e Rio Bravo Baixo, por volta de 1880. Os povoamentos de Rio Café, Rio Pinto e Rio Branco iniciaram no final do século 19 (1898), assim como o Alto Rio Fortuna (1900). Já as demais comunidades começaram a ser habitadas apenas no início do século 20: Rio Claro (1914), Rio Chapéu (1920), Barra do Rio Chapéu (1920), Rio Facão (1920) e Rio dos Bugres (1921).
A principal atividade dos pioneiros foi a agricultura e pecuária, ainda de fundamental importância para Rio Fortuna. A maioria dos produtos da terra eram vendidos na cidade de Laguna. Lá era comercializada a banha, a carne de porco salgada, o charque, o toucinho, o feijão, o milho e a batata inglesa produzidos nestas terras. A partir de 1910, a população passou a comercializar (venda e compras) em três locais: Armazém, Gravatal e Braço do Norte. Em Rio Fortuna, no final do século 19 existiam apenas duas “bodegas”: uma perto da igreja católica e outra dos protestantes.
Em 1909, mais especificamente em 15 de abril, por meio do decreto número 789, Rio Fortuna passou a condição de distrito pertencente ao município de Imaruí. Como distrito, a localidade pouco evoluiu. Era distante da sede, para onde a população se dirigia apenas para pagar os impostos. Em 1921, com a assinatura da lei número 107, de 3 de janeiro, foi criado o Distrito de Rio Fortuna, agora pertencente ao município de Tubarão. Para a população, uma das poucas diferenças foi no local de recolhimento dos impostos. A região também passou a ter um intendente.
Pelo decreto-lei número 86, de 31 de março de 1938, a sede foi elevada à categoria de vila de Tubarão. Rio Fortuna passou a ser distrito do recém-criado município de Braço do Norte pela lei estadual número 1.022, de 30 de dezembro de 1953. Enquanto pertenceu à cidade vizinha, Rio Fortuna passou a ter direito a representantes na Câmara de Vereadores. Em 1958, pela lei estadual 348, de 21 de junho, foi emancipado, passando a ter independência administrativa e mais verbas. Adolfo Boeing foi nomeado prefeito interino por seis meses, até Marcos Vandresen ser eleito para o cargo.

Origem do nome
Juntamente com os primeiros imigrantes que vieram colonizar a região de Rio Fortuna, também se encontravam açorianos. Vindos de São Pedro do Capivari, estes desbravadores tinham na caça, abundante na região, seu sustento. Conta-se que foi em uma dessas caçadas que teve origem o nome da cidade.
Na época, topógrafos da Empresa de Terras e Colonização estavam na região para demarcar as terras para os colonos. Com o auxílio de caçadores, os topógrafos mataram duas antas. Os animais caíram no rio, que até então não tinha denominação. Diante da façanha, os caçadores exclamaram: Glückfluss (Que Fortuna! Rio da Sorte). Assim o rio recebeu o nome de Fortuna que posteriormente seria o nome da cidade.

Informações extraídas do Livro: “Rio Fortuna: Nossa Terra, Nossa Gente” (Recorde: 1997), de autoria de Roberto João Tenfen.