Rio Fortuna: sucesso a Opera "O Imigrante"

A população de Rio Fortuna e região – onde grande parte dos municípios foi colonizado por alemães – reviveu os 180 anos de sua imigração a Santa Catarina, na noite de sábado, dia 24, na Igreja São Marcos de Rio Fortuna, com a apresentação da ópera ‘O imigrante', regida pelo maestro José Acácio Santana.

A versão musical foi representada por três corais – São Pedro de Alcantra, Santa Cecília de São Bonifacio e Poesis de Antonio Carlos – com mais de 110 vozes e acompanhada por aproximadamente mil pessoas – capacidade total da igreja-. Apoiada pelo governo estadual através do Instituto Soapem, a ópera é o reconhecimento, uma homenagem aos alemães e sua cultura, até hoje preservada no município do vale, mas também em outras localidades do estado, como na primeira colônia de 1829 – São Pedro de Alcantra-.


A ópera retrata a partida da Alemanha e a chegada dos imigrantes ao Brasil. "Tudo em uma forma cantada. A peça mostra um novo aspecto de mundo, a nova terra. Será emocionante para o publico ver sua origem, a história de seus antepassados representadas", explica o maestro do Coral São Marcos de Rio Fortuna e coordenador do evento, Ambrósio Herdt.

A obra está dividida em três atos:
A Partida – O sonho de busca por novas terras e novas possibilidades de sobrevivência mistura-se com o Adeus à Pátria e ao povo da Alemanha. Naqueles tempos, partir para o Brasil era, praticamente, uma viagem sem retorno, uma partida definitiva.
O romance entre Carlos e Karin personifica esta separação. Ele é de uma família que vem para o Brasil. Ela de uma família que fica na Alemanha. Ele representa o povo que parte e ela a Pátria que fica.
A Viagem – Lembra não apenas a expectativa de avisar a nova Pátria, mas também o sofrimento proveniente do cansaço e da saudade, que envolveram os imigrantes nas longas noites e nos intermináveis dias em pleno mar, até a chegada a antiga Desterro.
Durante a viagem, o sofrimento de Carlos encontra consolo em Cristina, seu novo amor. Ele representa agora o povo que chega a ela, a nova Pátria que o acolhe.
A Conquista – A busca pela terra, a chegada ao local da Colônia e a decepção com as condições oferecidas são momentos de tristeza, desencanto e muito trabalho. Mas a fé daqueles que conseguiram superar tantas adversidades foi maior, registrando um dos capítulos mais importantes e ricos da colonização do Estado de Santa Catarina.
O primeiro casamento na Colônia confirma e abençoa o romance entre Carlos e Cristina. Confirma e abençoa o casamento entre o povo e a nova terra, cuja fertilidade, fecundada pelo trabalho e pela semente do imigrante alemão, produziu novos frutos a cada estação e novos descendentes a cada geração.
A obra encerrou com uma Exaltação aos Imigrantes Alemães, cujo trabalho e contribuição foram e continuam sendo marcantes no desenvolvimento de Santa Catarina, em todos os aspectos. Principalmente no aspecto humano, caracterizado pela honestidade, trabalho, dedicação, solidariedade, respeito e amor a terra que adotaram como sua nova Pátria e às pessoas que abraçaram como seus novos irmãos.

 

Por Wagner da Silva | Jornal Notisul