Jovens rurais debatem futuro do agronegócio
Um momento de formação, integração e troca de experiências é preparado para o 1º Encontro Regional de Troca de Experiências com Jovens rurais da região de Tubarão. O evento é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), junto com a Epagri, e acontecerá nesta quinta-feira, 08 de novembro, no Centro de Pastoral São Marcos, em Rio Fortuna.
A programação inicia às 08h30min, momento em que os jovens serão recepcionados para a realização das inscrições. Após a abertura, a gerente técnica da Epagri, Edilene Steinwandter, irá proferir a palestra “O Jovem na Atual Conjuntura”. Os participantes também irão confeccionar uma carta aberta ao novo governador. A programação ainda inclui almoço, atividades artístico-culturais, encerrando às 16 horas com coquetel.
A participação é gratuita. De acordo com a engenheira agrônoma e extensionista rural da Epagri de Rio Fortuna, Marcela Padilha, é importante fortalecer o setor, de forma a impulsionar a atuação dos jovens no campo. “Isso porque dados preliminares do Censo Agropecuário do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2017, mostram que o número de produtores caíram, ou seja, a força de trabalho humana vendo sendo substituída pela das máquinas. O perfil da população rural também sofreu alterações, e percebe-se que há um grande envelhecimento do setor no Estado”, menciona a extensionista.
As capacitações, segundo Marcela, é uma oportunidade para motivar os jovens a permanecerem campo, pois atualmente são vistos como o elo transformador do espaço rural, unindo o conhecimento herdado pelas famílias com as inovações trazidas pelo mundo moderno. “Será um encontro produtivo, com troca de experiências e um debate sobre os desafios da juventude frente aos avanços no agronegócio. É necessário estimular a profissionalização e o empreendedorismo do agricultor familiar, encorajando a adoção de novas tecnologias e processos de gerenciamento de sua propriedade”, completa a profissional da Epagri.
Resultados
Em Santa Catarina, segundo as informações constantes no Censo Agro 2017, apesar da área média dos estabelecimentos agrícolas ter aumentado em relação a 2006 – ano do último levantamento – ainda há uma larga predominância, 69,8% (127.793), de pequenas e médias propriedades, entre 5 até 50 hectares. Em comparação ao Censo de 2006, houve diminuição de 40,71% dos produtores com menos de 45 anos (44.141) e aumento de 26,63% nos com mais de 55 anos (83.225). Em Rio Fortuna, por exemplo, o Censo Agro mostra que nos estabelecimentos agropecuários há 43 produtores com idade menor que 30 anos. Com idade de 30 a 60 anos são 498, e 189 agricultores acima dos 60 anos. No campo, os homens lideram. São 672, contra 58 da força feminina.
Apesar da redução dos trabalhadores no campo, houve aumento da força produtiva em setores voltados à proteína animal e ao cultivo de frutas, por exemplo. A bovinocultura leiteira é um dos setores produtivos com maior expansão na agropecuária catarinense desde 2006. O salto foi de 103% na produção em 11 anos. Indústrias de grande porte no entorno deram vazão a pequenos e médios produtores.
Um dado positivo é o crescimento das comunicações nas regiões rurais catarinenses. Conforme o IBGE, o meio rural catarinense está entre os cinco mais conectados entre os estados brasileiros.