Prevenção da Influenza Aviária mobiliza Cidasc e parceiros em Rio Fortuna
Santa Catarina está em “alerta máximo” para a possibilidade do surgimento de casos de gripe aviária. A doença nunca foi registrada no Brasil, mas focos foram confirmados nos países vizinhos Colômbia, Peru, Equador e Venezuela. Por isso, a Cidasc e entidades mobilizam ações de prevenção e vigilância para impedir a entrada da doença no Estado. Em Rio Fortuna, onde a avicultura está em constante expansão, com dez granjas comerciais com registro ativo na Cidasc, ações são intensificadas para garantir a biossegurança dos locais.
A preocupação, em especial, ocorre em relação às aves silvestres e as criadas para subsistência. “Mesmo que o produtor comercial já conheça todas as orientações, estão sendo realizadas fiscalizações em propriedades e em estabelecimentos comerciais com vistas a biossegurança dos locais. É preciso que os demais também observem as condições das aves criadas soltas no quintal, para consumo próprio, principalmente pelo maior risco de contato dessas aves domésticas com as aves da natureza”, explica o responsável pela unidade veterinária local de Rio Fortuna e Santa Rosa de Lima, Henrique Correa, médico veterinário da Cidasc.
Uma nota técnica emitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, estabelece diversas recomendações para intensificação das ações de vigilância. Entre elas, estão manter as aves sem contato com aves de vida livre e manter alimentos e águas protegidas do contato direto com esses animais. “Ainda que a gripe aviária não tenha sido detectada no Brasil, a notícia é preocupante porque mostra o vírus causador da doença cada vez mais perto das fronteiras brasileiras. Por isso, o rigor e a preocupação em intensificar as medidas de biossegurança para evitar a entrada da influenza aviária no Estado e no Brasil”, menciona o médico veterinário.
A Cidasc já vem se articulando com outras entidades há alguns meses, principalmente ambientais, para tornar a prevenção mais efetiva, e por isso, atua principalmente com a conscientização da população por meio de educação sanitária, distribuindo materiais informativos sobre a doença e fixação de materiais locais de fácil acesso à população. “O intuito é contar com a colaboração da população para notificar caso algum animal (aves) apresente sintomatologia suspeita, possibilitando uma ação rápida de identificação da situação. Os órgãos competentes devem ser acionados ao encontrar aves silvestres mortas ou doentes, ou quando identificar aves de criação com sintomas de influenza aviária, principalmente sinais nervosos e respiratórios, com mortandade acima do normal entre estas aves”, completa o profissional.
O que é a Influenza aviária:
A Influenza Aviária (IA), também conhecida como Gripe Aviária, é uma doença provocada por um vírus, muito contagioso, mais comumente encontrado em aves silvestres aquáticas, tais como patos, marrecos, gansos, maçaricos, gaivotas, garças, tecelões, pardelas, cisnes dentre outras aves. As aves migratórias são os principais vetores de transmissão da doença, que pode atingir aves domésticas. As consequências podem ser especialmente desastrosas quando os surtos da doença, em sua variante viral de alta patogenicidade, atingem a avicultura comercial, como é o caso dos Estados Unidos, onde mais de 53 milhões de aves morreram ou foram abatidas. Na Argentina, já há mais de 100 casos. Na América do Sul, somente Brasil e Paraguai ainda não registraram casos.
Veja como evitar a transmissão da influenza aviária:
A Influenza aviária é causada principalmente pelas secreções das aves doentes, podendo ser carreado por ar, água, alimentos, materiais diversos, roedores, veículos e trânsito de pessoas. Nas aves, essa doença afeta grande quantidade de animais e provoca mortalidade elevada, podendo causar grandes prejuízos econômicos. Os principais sinais clínicos observados são: falta de coordenação motora; torcicolo; dificuldade em respirar; intensa diarreia. Por ter potencial zoonótico pode, raramente, contaminar humanos.
A doença tem impacto devastador na avicultura, podendo trazer enormes perdas para o produtor e para Santa Catarina. Para prevenir a entrada e o alastramento da doença em Santa Catarina, a Cidasc recomenda:
• Evite o contato de pessoas estranhas com as aves da sua propriedade;
• Evite o contato das suas aves com as aves de vida livre;
• Mantenha suas aves em área restrita, deixando a comida e a água em local protegido, sem acesso de aves de vida livre;
• Comunique a Cidasc caso perceba sinais nervosos, respiratórios e digestivos em suas aves, ou ainda o aumento de mortalidade nas suas aves ou nas aves de vida livre;
• Em caso de dúvidas, procure a Cidasc do seu município ou ligue 0800 643 9300.
Como ajudar?
Ao encontrar aves silvestres mortas ou doentes, não toque nesses animais! Acione os órgãos competentes. Caso identifique aves de criação com sintomas de influenza aviária ou se perceber mortandade acima do normal entre estas aves (galinhas, codornas, perus, patos, gansos etc.), entre em contato com a Cidasc pelo 0800 643 9300 (telefone específico para notificação de suspeita ou de ocorrência de doença animal) ou ainda para a Polícia Militar (PM) através do número 190, que fará o devido encaminhamento.